Sinto a sua falta, há dias que não a vejo. Ela sumira, tentara se afastar de mim, diminuir o que sinto por ela, fora uma tentativa inútil. Compareci em tua casa, ela estava de saída, ela não quis ouvir-me, deu de ombros e foi afastando-se d’onde estávamos, fiquei em choque, ela me ignorara por completo. A segui para um lugar desconhecido por meus olhos. Havia outras pessoas no local, e conversaram durante certo tempo. Logo eles adentraram em uma casa antiga, entrei, havia uma passagem estranha no qual eles ultrapassaram e desapareceram por ela. Também passei. D’outro lado haviam mais pessoas, mas, desta vez, todas estavam cobertas por capas e capuzes negros, ela estava lá, perfeita, linda, com seus belos cabelos longos e prateados dispostos sob uma grande mesa de mármore branco, na qual ela estava deitada. Após um tempo, alguns deles se reuniram em volta da mesa, eles apagaram as luzes, restando apenas o brilho dos candelabros dispostos aos cantos. Um deles pegou uma adaga dourada, ele a ergueu sobre o corpo dela. Não pensei em mais nada a não ser em salvar sua vida. Corri em sua direção e a arranquei de lá, eles impediram minha passagem, arrancaram-na de meus braços e me puseram em cima do mármore gélido, ao lado dela. Perguntei para ela o porquê daquilo tudo. Ela não me respondeu apenas me olhava por canto de olho. Vi uma pequena lágrima percorrer a rosada maçã do rosto, não vi medo em seus olhos, após certo tempo senti o objeto pontiagudo perfurar meu tórax, cravando-o em meu coração, entre meu último sopro de vida disse a ela apenas uma pequenina frase:
- Eu te amo.
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